Vamos fazer revolução!

Com o processo de Bolonha, que proponha melhorar e facilitar os processos relacionados com o ensino superior, muita coisa ficou pior. Em algumas situações passou-se do ‘oito ao oitenta’. Entre as alterações previstas pelo referido processo, estava o término das avaliações apenas semestrais através de exames, para passar a existir uma avaliação distribuída e contínua ao longo de casa semestre. No entanto, o que se verificou é que, o que à primeira vista parecia uma vantagem para todos se tornou num pesadelo. De facto, em muitos casos, passaram a existir avaliações todas as semanas às várias cadeiras, às quais se juntaram os relatórios e trabalhos extra. Desta forma, as pessoas ficaram com horários sobrecarregadas, o que impediu a prática de outras actividades extra-curriculares, quer lúdicas, desportivas ou mentais, que constituem uma mais valia a qualquer pessoa.

No entanto, apesar da grande maioria populacional opinar criticamente contra estas medidas, nada suficientemente grandioso foi feito para demonstrar o seu desagrado. Falo, por exemplo, de uma grande manifestação de estudantes como já há muito não se ouve falar, cujo impacto se faça sentir nos nossos órgãos de soberania, obrigando-os a ouvir a nossa opinião e permitindo-nos ter algum poder sobre as decisões a tomar. É preciso seguir o exemplo dos estudantes de outros tempos que se manifestavam pelos seus direitos e regalias, e não ficavam passivos perante aquilo que, mais do que aos outros, lhes dizia respeito. Porque não fazer igual? Porque não agir? Será medo? Ou simplesmente preguiça?

Jorge Neiva